Maracujá
As propriedades sedativas do maracujá
são conhecidas há muito tempo, especialmente quando se utiliza a
infusão ou tintura das folhas (Guertzenstein, 1998; Oliveira et al.,
2002). Recentemente, porém, foi descrita uma nova propriedade
relacionada ao fruto: a atividade hipoglicemiante da farinha
produzida a partir de sua casca (Guertzenstein, 1998; Petry et al.,
2001). A casca de maracujá é rica em pectina,
uma fração de fibra solúvel capaz de ligar-se à água e formar
compostos de alta viscosidade, conferindo-lhe efeitos fisiológicos
peculiares (Sanderson, 1981). A hidratação da fibra ocorre pela
adsorção de água à sua superfície ou pela incorporação ao interstício
macromolecular (Schweizer & Wursch, 1991). Na mucosa intestinal
há formação de uma camada gelatinosa, que altera a difusão e absorção
de nutrientes. Em função dessa maior viscosidade do conteúdo
entérico, efeitos críticos regulam a resposta metabólica à carga
de nutrientes (Brown et al., 1979; Schneeman, 1986), como por exemplo, o
decréscimo na absorção de carboidratos pelo organismo, mecanismo que
pode explicar sua ação hipoglicemiante (Trowell, 1978).
Solange Miranda Junqueira Guertzenstein, do
Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, baseou sua tese de mestrado
sobre glicemia na pesquisa. "Depois de consumida, a pectina se transforma
em um gel que não é absorvido no processo da digestão", explica.
"Assim, durante seu trajeto entre a boca e o intestino, ela carrega
consigo não apenas a glicose, mas também o colesterol dos alimentos, até
eliminá-los no bolo fecal." Ou seja, o produto do maracujá beneficia
também quem apresenta altas taxas dessa gordura arriscada para as artérias.
Segundo Solange, a farinha conta com 20% de pectina, o que também favorece a
perda de peso. "Essa espécie de gelatina faz volume dentro do estômago e
dá saciedade", garante. PECTINA é uma espécie de fibra solúvel que, junto com a celulose
e a lignina, compõe a parede celular das plantas. "Está em todas as
frutas, mas a maçã, a pêra, a laranja, o limão e o pêssego são especialmente
ricos nela", revela a farmacêutica bioquímica Maria Helene Canteri
Schemin, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. O endocrinologista
Fadlo Fraige Filho, presidente da Associação Nacional de Assistência ao Diabético,
reconhece a ação da pectina no combate aos picos de insulina, mas ressalva:
"Qualquer alimento rico em fibras pode produzir o mesmo efeito". A
questão é que muitas das frutas cheias de pectina têm também muito açúcar. Está
aí uma vantagem da farinha de maracujá.
Fonte: Saúde/Abril
A
farinha de maracujá faz o corpo absorver menos gordura. ''Ela vira uma
fibra gelatinosa, que gruda nas moléculas de gordura e as faz passarem
direto pelo sistema digestivo, sem serem absorvidas'', diz a
nutricionista Fernanda Machado. Uma pesquisa de
cientistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e das
universidades Federal e Estadual da Paraíba provou que dá pra emagrecer
com a farinha sem mudar hábitos alimentares ou fazer exercícios. No
estudo, 19 mulheres consumiram 30 g do produto por dia durante dois
meses, pouco mais de 1 colher (sopa) diária. Cada uma perdeu quase 2
kg! Mas atenção: comer a farinha pura pode causar gases. Por
isso, misture-a a sucos, vitaminas, bolos ou frutas amassadas. Quem não
apreciar o gosto pode comprar a cápsula de fibra de maracujá
concentrada. A de 400 mg, quando tomada com um copo de água meia hora
antes da refeição, equivale a 2 colheres (sobremesa) da farinha. Se
preferir, faça a farinha em casa. É fácil e econômico.
Farinha de Maracujá
Lave
bem 6 maracujás e retire as polpas, que podem ser usadas em sucos ou
receitas diversas. Corte as cascas em fatias finas e distribua-as numa
fôrma. Leve ao forno baixo e deixe secar. Retire do forno antes de
torrar e espere esfriar. Coloque no liquidificador e bata até virar pó.
Passe a farinha por uma peneira fina.
OBS.: A polpa pode ser usada para suco ou para outras receitas.
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