Uma matéria superinteressante da Folha de S. Paulo com práticas de curas caseiras publicadas em livros de medicina natural e de soluções para o dia-a-dia. Contudo, algumas coisas preferi não postar, pois vejo como risco à saúde. Mas quem quiser ver na íntegra é só clicar no link e ver na página onde o artigo foi publicado.
Mãos inchadas pela artrite - Dormir de luvas, pois o aquecimento promovido pela luva pode atenuar sintomas vasculares, como mãos pálidas, roxas e frias, característicos do fenômeno de Raynaud (síndrome que acompanha muitos quadros reumáticos). Mas, contra o inchaço e a inflamação, especificamente, não é um método eficiente. Por ser uma doença inflamatória, a artrite não é desencadeada de fora para dentro. Nesse frio que está fazendo, só mesmo luva para dar um conforto a mais, não só na hora de dormir, mas quando a temperatura cai e a sensação térmica tortura nossa pele, principalmente as extremidades. Quem mora na região sudeste e sul sabe bem o que isso significa, com essas quedas de temperatura já em julho, imaginem em agosto como será. Portanto, pessoinhas, comprem seus pares de luva!
Livrar-se de calos - Passar pedras e lixas diariamente. Quem tem pele espessa pode lixar os pés uma vez por semana, mas usar a lixa diariamente não é recomendado em nenhum caso, porque tira a defesa da pele. Ao ter a pele lixada, o organismo funciona como se estivesse faltando algo naquela região e estimula ainda mais essa pele a se tornar espessa. Nas peles mais delicadas, o uso da lixa pode até gerar fissuras no calcanhar. A hidratação diária dos pés com cremes é um método mais eficiente e seguro.
Ansiedade, então respire fundo! Mas só respirar fundo não adianta. Quando a pessoa está muito ansiosa, tende a encher o peito apenas, o que não promove uma oxigenação adequada. Para uma boa oxigenação, o segredo é estufar o diafragma e esvaziar o pulmão. Então a dica deveria ser "respire naturalmente". E, quando a respiração estiver sob controle, tentar fazer expirações um pouco mais longas que as inspirações. Um modo interessante de trabalhar a ansiedade é através de atividade física e meditação, ambas trabalham com técnica de respiração e é um modo de canalizar energia. Lembrando que a ansiedade é um veneno, que nos induz à engordar, pelo descontrole que promove e nos deixa susceptíveis a doenças psicossomáticas.
Lábios rachados? Aplique vaselina. A medida é simples e realmente funciona. A vaselina é um hidratante eficiente, mantém a umidade da pele e não deixa os lábios ressecarem. Para a boca, o melhor é optar pela vaselina sólida ou no formato de lápis. Como opção comum há também a manteiga de cacau que é eficiente para hidratar os lábios, não vivo sem o meu, mantenho num estojinho na bolsa.
Piolhos? Durma com maionese no couro cabeludo (sob uma touca). Segundo os especialistas, a maionese pode atuar de duas maneiras: sufocando os piolhos e facilitando a remoção posterior com pente fino. Não há riscos relacionados a toxicidade, pois a maionese é feita apenas com gema de ovo, óleo e, às vezes, limão. Mas o tratamento não pode ser considerado totalmente efetivo e não existe nenhuma comprovação científica desse método. Não é das melhores coisas a se submeter. Melhor usar o medicamento apropriado e o shampoo próprio para eliminar esse parasito. Esse tema foi abordado aqui no blog num post chamado Festa de piolhos.
Pele seca, então Tome banho de leite. O leite puro não tem contra-indicação nenhuma, porém sua formulação não é adequada para a hidratação corporal. Uma opção é utilizar leite mais óleo de semente de uva, pois a proteína e a gordura do leite associadas à ação emoliente do óleo de semente de uva deixam a pele mais macia. Para ser aplicado puro, o mel é mais eficiente como hidratante. Pessoas chiques ou as Cleópatras do século XXI podem se dar a esse luxo, bem eu não vou gastar litros de leite para tomar banho...quanto custa mesmo uma caixa de leite?? E para essa hidratação básica, quantos litros você usaria? Portanto quantas caixas de leite por um banho? Só que não!!
Mau cheiro no pés - Aplicar o mesmo desodorante das axilas. Não existe nenhum problema em aplicar um desodorante spray nos pés. Porém, antes de aplicar, é preciso investigar se o mau cheiro não está sendo causado por uma infecção por fungo (micose). Nesse caso, a micose pode demandar tratamento específico antifúngico. Não sendo um caso de micose, o desodorante pode ser útil para prevenir odores indesejáveis. Para evitar qualquer odorzinho costumo usar o desodorante mesmo, meu pé costuma suar, daí é uma linha tênue para ficar com chulé. Em mim funciona, do mesmo jeito que funcionou com produtos específicos.
Inchaço pré-menstrual - Comer menos sal. Nessa fase, o corpo retém mais líquido. Como contribui para essa retenção, o sal, assim como carnes, frutos do mar e outros alimentos ricos nele, devem ser evitados. Chocolate, refrigerantes de cola e café também devem banidos do cardápio no período pré-menstrual. Eis aqui um período dramático para a mulher... desejos proibidos que muitas vezes não são ignorados e resultam num desconforto muito maior.
Febre - Tomar banho morno. Para que a medida surta efeito, a água tem de estar numa temperatura inferior à do corpo e o banho não pode ser muito rápido. Nessas condições, a febre diminui devido a trocas físicas de calor: com o tempo, o calor do corpo passa para a água e, com isso, a temperatura da pessoa diminui. Para evitar quedas bruscas de temperatura, que fazem o doente se sentir mal, a água não pode estar muito fria. Pelo mesmo motivo, também não se deve usar álcool. Como a febre é uma manifestação de que algo está errado no organismo, é fundamental ir ao médico para descobrir e tratar o que está causando o problema. Muito cuidado, principalmente com crianças! As pessoas precisam se atentar para o local que não deve ter corrente de ar de modo a evitar choque térmico e que após sair da imersão deve enxugar o corpo da pessoa imediatamente, não deixá-la pisar em chão frio e vesti-la com roupas leves e mantê-la confortável.
Infertilidade feminina - Emagrecer ou engordar alguns quilos. De fato, o peso acima ou abaixo do ideal interferem no ciclo hormonal da mulher e são prejudiciais à fertilidade. Isso vale também para os homens --além de a obesidade interferir em seu ciclo hormonal, estudos mostram que aqueles com sobrepeso têm maior índice de fragmentação do DNA do espermatozoide, o que pode gerar falha na fertilização. Uma fórmula simples de calcular o peso ideal é pelo IMC (Índice de Massa Corpórea). Basta dividir o peso (em quilos) pela altura (em metros) ao quadrado. Quem tem IMC abaixo de 20 ou acima de 30 terá sua fertilidade prejudicada --o ideal é ficar entre 20 e 25. Álcool, café e exercícios em excesso são outros fatores que podem prejudicar a fertilidade.
Olhos ressecados? Coma peixe. Pesquisas demonstram que o ômega 3, presente nos peixes de água fria e em alimentos como as sementes de linhaça, ajuda a melhorar os sintomas do olho seco. Uma dieta rica na substância ou mesmo suplementos de óleo de peixe ou de linhaça são indicados pelos oftalmologistas como complementares no tratamento, que pode envolver, também, medicamentos e colírios.
Expelir cálculos renais, tomar chá de quebra-pedra. As propriedades da planta Phyllantus niruri, conhecida como quebra-pedra, ainda estão em estudo. Pesquisas com ratos comprovam que o chá relaxa a musculatura do sistema urinário e faz com que o cálculo diminua de tamanho e seja eliminado do corpo com mais facilidade. No entanto, não se sabe se esses benefícios se estendem aos seres humanos. De qualquer forma, como já é comprovado que a bebida não é tóxica nem tem contra-indicações, é possível aliá-la ao tratamento médico, além do mais, beber líquidos é importante para dissolver os elementos que se depositam nos cálculos renais, formando-os ou fazendo-os crescer. Ouvia muito minha avó quando viva dar essa dica, graças à Deus nunca precisei! Mas em todo caso, sempre siga as orientações de seu médico e jamais negligencie sua saúde.
Brotoejas - Cobrir a pele com amido de milho. As brotoejas são uma reação do organismo à retenção do suor sob a pele. Por ser um veículo pastoso e frio, o amido de milho ajuda a absorver o suor retido embaixo da pele, que é o causador das brotoejas. O efeito só é atingido, porém, quando o amido está diluído em água. Aplicado puro sobre a pele, o amido forma uma placa, não circula com a mesma facilidade e não resolve o problema. Outras recomendações são aumentar a frequência de banhos, usar roupas leves e deixar o ambiente ventilado, para que a pessoa sue menos. A brotoeja (miliária) é uma dermatite inflamatória aguda causada pela obstrução dos dutos excretores das glândulas sudoríparas, o que impede a saída do suor. É muito comum em crianças.
Pele oleosa - Lavar o rosto com água quente. A água quente desengordura a pele e diminui a oleosidade. O sabonete também age dessa forma. O efeito, no entanto, é passageiro: dura poucos minutos ou algumas horas, dependendo da quantidade de sebo. Como têm menos gordura na pele, pessoas idosas devem evitar lavar o rosto com água nessa temperatura.
Mau hálito - Mascar cravos. O cravo pode até mascarar o hálito ruim, mas só se o problema não for muito intenso. De qualquer forma, ele não trata o mau hálito persistente. Algumas orientações básicas para evitar o incômodo são evitar jejum acima de quatro horas, beber muito líquido, escovar bem os dentes e a língua e usar fio dental. Se mesmo assim o problema continuar, deve-se consultar um especialista. Visitar o dentista periodicamente é um dever que temos com a nossa saúde. Cuidados básicos como escovação após cada refeição e uso de fio dental já faz uma enorme diferença, pois este último ajuda a remover os resíduos de alimentos que se alojam na gengiva, o que nos leva a ter tártaro. Portanto, o cravo é só um paliativo e não soluciona problemas!
Infertilidade masculina - Não fazer sexo por alguns dias para "armazenar" esperma. A afirmação não tem comprovação científica. Um fator que pode prejudicar a qualidade do sêmen é a exposição ao calor próximo à bolsa escrotal. Profissionais como cozinheiros e soldadores e homens que frequentem muito saunas devem tomar mais cuidado.
Hemorroidas - Fazer banhos de assento com água quente. Existem dois tipos de hemorroidas: as internas (que passam despercebidas até que sangram) e externas (que doem, têm aspecto feio e podem sangrar). Para esse último tipo, o banho de assento funciona para tratar a crise, já que o calor úmido tem funções analgésica e antiinflamatória. Ele também é melhor para fazer a higiene, já que o papel higiênico pode causar traumas. O banho, em uma bacia que permita a imersão da região doente na água, pode ser repetido à vontade. Recomenda-se tomar cuidado com a temperatura para evitar queimaduras. Para secar, o ideal é usar secador morno ou toalha felpuda. Só enfatizando que a temperatura da água deve ser morna.
Dor de garganta - Fazer gargarejo com água e sal. A solução ajuda a remover secreções e a limpar o local e dá um certo conforto, mas não resolve sozinha o problema. Se a água for quente, o efeito é melhor, pois o calor atua como antiinflamatório. O sal ajuda a manter o equilíbrio osmótico, deixando a solução parecida com o soro do nosso corpo, mas não tem ação bactericida. É preciso ir ao médico para investigar a causa da dor, que pode ser até um câncer. A questão é, saúde não pode ser negligenciada. Difícil encontrar alguém que não teve algum problema de garganta inflamada na vida e sabe o incômodo que é. É imprescindível buscar orientações médicas para conseguir a cura de fato. Só água e sal não resolvem. Para os que gostam de usar produtos naturais, o extrato de própolis puro é excelente, mas é produto para os fortes. Quem já usou sabe o porquê.
Problema de memória - Beber mais café. A cafeína estimula tanto a memória de curto prazo quanto a de longo prazo. O café também possui substâncias chamadas ácidos clorogênicos, que formam compostos durante a torra --as quino-lactonas-- que modulam e melhoram o humor, o que também tem efeito positivo na memória. Pesquisas mostraram que o consumo da bebida por estudantes aumentou a atenção, a memória e o aprendizado em de 10% a 15% dos casos, comparados com um grupo de controle. Lembrando que cafeína é energético e tira o sono, portanto consuma moderadamente, principalmente para aquelas pessoas que tem histórico de insônia.
Enurese (xixi na cama) - Evitar que a criança ingira bebidas com cafeína. A cafeína pode ter uma ação diurética, mas, em bebidas como chás e café-com-leite, o potencial diurético é muito pequeno para gerar algum problema. Quanto ao leite, ele pode ter sido associado ao xixi na cama devido ao hábito que muitas crianças têm de tomar mamadeira ou um grande copo de leite à noite, mas ele não tem nenhuma propriedade diurética. O que influencia a enurese noturna é o consumo de qualquer líquido após o jantar (por volta das 18h ou 19h), seja ele leite, chá, café, refrigerante ou suco. O ideal é que a criança ingira bastante líquido durante o dia, entre as refeições, e, depois disso, treine o controle sobre a bexiga.
Psoríase - Tomar 15 a 20 minutos de sol diários. A psoríase é uma doença inflamatória da pele e a luz ultravioleta (UVA e UVB), por ter uma ação anti-inflamatória ajuda a recuperar as lesões causadas pela doença. O ideal é que a exposição ocorra justamente no horário em que a luz é mais forte, das 10h às 14h. A área atingida pela psoríase não deve receber protetor solar, pois o produto filtra os raios UVA e UVA. Psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa, multigênica e pode afetar unhas, mucosas e articulações. Até a Kim Kardashian sofre desse mal.
Enjoo de grávida - Água com limão. Bebidas geladas e azedas combatem a náusea ao diminuir a hipersalivação que as gestantes costumam ter. Já as bebidas quentes e doces podem piorar o enjoo. Não há nenhum embasamento científico, mas antigamente e ainda hoje, algumas pessoas creem que os enjoos são causados porque o bebê é bastante cabeludo ou que é menina. As frutas ácidas tem esse poder, além de beber água com limão, pode-se tomar sucos de kiwi com água de coco, e ainda abacaxi com lasca de gengibre também são indicados.
Dificuldades para amamentar - Chá de erva-doce. Substâncias calmantes, incluindo chás como o de erva-doce, atuam na região da hipófise, elevando o nível de prolactina, que, por sua vez, é responsável pela produção de leite. Um contato maior da mãe com o bebê, onde ela observe o bebê de perto, sinta seu cheiro, num ambiente calmo e com o mínimo de estresse tem grande importância, pois com os níveis de endorfina em alta, há colaboração para o aumento da prolactina.
Candidíase - Ducha vaginal de água e vinagre. Teoricamente, a ducha de vinagre ajuda a combater a candidíase, doença causada por um fungo que se prolifera quando o pH da vagina sobe e se aproxima do neutro. O vinagre, por sua acidez, ajuda a diminuir o pH da vagina e isso tornaria o ambiente menos propício ao fungo. Porém, a ducha, por ser muito forte, pode levar o vinagre a entrar na vagina, destruindo os lactobacilos vivos, que são importantes para a regulação natural do pH. O uso do vinagre, portanto, deve ser adotado com parcimônia, em lavagens externas. De qualquer modo, quem tem problemas com candidíase deve buscar orientação com a ginecologista para um diagnóstico preciso e um tratamento efetivo.
Irritação pós-barbear - Pôr camadas de pepino na pele. O pepino realmente possui uma ação adstringente muito grande, o que leva a um ressecamento do local e provoca uma vasoconstrição momentânea, o que diminui a tendência de inflamação da pele. O pepino é excelente no combate às olheiras, embora não faça o milagre de desaparecer com elas, consegue o efeito de suavizá-las. Além de ser diurético, contém vitamina C e ácido fólico e atua como um regenerador celular. Portanto usem e abusem de pepino.
FONTES: ALBERTO D'AURIA, ginecologista, coordenador clínico do hospital São Luiz; ANTÔNIO CARLOS RODRIGUES DA CUNHA, professor da faculdade de medicina da UNB; ARNALDO CAMBIAGHI, ginecologista-obstretra especialista em medicina reprodutiva, diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução; ARNALDO GANC, gastroenterologista do hospital Albert Einstein; ARTHUR TYKOCINSKI, dermatologista especializado em saúde capilar; CARMÉLIA REIS, dermatologista e chefe do centro cirúrgico-ambulatorial do Hospital Universitário de Brasília; DARCY LIMA, professor do Instituto de Neurologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); DENISE STEINER, presidente da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Dermatologia; EDILÉIA BAGATIN, professora do departamento de dermatologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); ÉRICA BURMEISTER, terapeuta do Kyron Spa; EVELIN GOLDENBERG, reumatologista da Unifesp; FABIANA DE CASTRO, dermatologista do Kyron Spa; JAIME DE OLIVEIRA FILHO, chefe do departamento de cosmeatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia; JOSÉ ÁLVARO PEREIRA GOMES, oftalmologista, presidente da Associação dos Portadores de Olho Seco; LAERCIO PACHELLI, urologista da clínica de Enurese Infantil do Einstein; MARCELO ARNONE, supervisor do ambulatório de psoríase do Hospital das Clínicas; MARIA CÉLIA CONFESSOR, podóloga afiliada à Associação Brasileira de Podologia; MARIO SERGIO PALMA, professor do Laboratório de Venenos Animais da Unesp, em Rio Claro; MARIUZA PREGNOLATO, psicóloga especialista em psicologia analítica pelo Instituto Sedes Sapientiae; MAURÍCIO DUARTE DA CONCEIÇÃO, dentista especialista em halitose e diretor da Clínica Halitus; NESTOR SCHOR, nefrologista, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Nefrologia e professor titular da Unifesp; PAULO PONTES, otorrinolaringologista do hospital Albert Einstein e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); RENATO KALIL, ginecologista e obstetra dos hospitais São Luiz e Albert Einstein; RICARDO LIMA, proctologista do Hospital Samaritano do Rio de Janeiro; ROGER LEVY, professor de reumatologia da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro); SILVIA DIEZ CASTILHO, pediatra, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professora da PUC de Campinas; VALÉRIA PETRI, professora titular do departamento de dermatologia da Unifesp; VALTER KOZMHINSKY, responsável pelo departamento de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
Infertilidade masculina - Não fazer sexo por alguns dias para "armazenar" esperma. A afirmação não tem comprovação científica. Um fator que pode prejudicar a qualidade do sêmen é a exposição ao calor próximo à bolsa escrotal. Profissionais como cozinheiros e soldadores e homens que frequentem muito saunas devem tomar mais cuidado.
Hemorroidas - Fazer banhos de assento com água quente. Existem dois tipos de hemorroidas: as internas (que passam despercebidas até que sangram) e externas (que doem, têm aspecto feio e podem sangrar). Para esse último tipo, o banho de assento funciona para tratar a crise, já que o calor úmido tem funções analgésica e antiinflamatória. Ele também é melhor para fazer a higiene, já que o papel higiênico pode causar traumas. O banho, em uma bacia que permita a imersão da região doente na água, pode ser repetido à vontade. Recomenda-se tomar cuidado com a temperatura para evitar queimaduras. Para secar, o ideal é usar secador morno ou toalha felpuda. Só enfatizando que a temperatura da água deve ser morna.
Dor de garganta - Fazer gargarejo com água e sal. A solução ajuda a remover secreções e a limpar o local e dá um certo conforto, mas não resolve sozinha o problema. Se a água for quente, o efeito é melhor, pois o calor atua como antiinflamatório. O sal ajuda a manter o equilíbrio osmótico, deixando a solução parecida com o soro do nosso corpo, mas não tem ação bactericida. É preciso ir ao médico para investigar a causa da dor, que pode ser até um câncer. A questão é, saúde não pode ser negligenciada. Difícil encontrar alguém que não teve algum problema de garganta inflamada na vida e sabe o incômodo que é. É imprescindível buscar orientações médicas para conseguir a cura de fato. Só água e sal não resolvem. Para os que gostam de usar produtos naturais, o extrato de própolis puro é excelente, mas é produto para os fortes. Quem já usou sabe o porquê.
Problema de memória - Beber mais café. A cafeína estimula tanto a memória de curto prazo quanto a de longo prazo. O café também possui substâncias chamadas ácidos clorogênicos, que formam compostos durante a torra --as quino-lactonas-- que modulam e melhoram o humor, o que também tem efeito positivo na memória. Pesquisas mostraram que o consumo da bebida por estudantes aumentou a atenção, a memória e o aprendizado em de 10% a 15% dos casos, comparados com um grupo de controle. Lembrando que cafeína é energético e tira o sono, portanto consuma moderadamente, principalmente para aquelas pessoas que tem histórico de insônia.
Enurese (xixi na cama) - Evitar que a criança ingira bebidas com cafeína. A cafeína pode ter uma ação diurética, mas, em bebidas como chás e café-com-leite, o potencial diurético é muito pequeno para gerar algum problema. Quanto ao leite, ele pode ter sido associado ao xixi na cama devido ao hábito que muitas crianças têm de tomar mamadeira ou um grande copo de leite à noite, mas ele não tem nenhuma propriedade diurética. O que influencia a enurese noturna é o consumo de qualquer líquido após o jantar (por volta das 18h ou 19h), seja ele leite, chá, café, refrigerante ou suco. O ideal é que a criança ingira bastante líquido durante o dia, entre as refeições, e, depois disso, treine o controle sobre a bexiga.
Psoríase - Tomar 15 a 20 minutos de sol diários. A psoríase é uma doença inflamatória da pele e a luz ultravioleta (UVA e UVB), por ter uma ação anti-inflamatória ajuda a recuperar as lesões causadas pela doença. O ideal é que a exposição ocorra justamente no horário em que a luz é mais forte, das 10h às 14h. A área atingida pela psoríase não deve receber protetor solar, pois o produto filtra os raios UVA e UVA. Psoríase é uma doença inflamatória da pele, crônica, não contagiosa, multigênica e pode afetar unhas, mucosas e articulações. Até a Kim Kardashian sofre desse mal.
Enjoo de grávida - Água com limão. Bebidas geladas e azedas combatem a náusea ao diminuir a hipersalivação que as gestantes costumam ter. Já as bebidas quentes e doces podem piorar o enjoo. Não há nenhum embasamento científico, mas antigamente e ainda hoje, algumas pessoas creem que os enjoos são causados porque o bebê é bastante cabeludo ou que é menina. As frutas ácidas tem esse poder, além de beber água com limão, pode-se tomar sucos de kiwi com água de coco, e ainda abacaxi com lasca de gengibre também são indicados.
Dificuldades para amamentar - Chá de erva-doce. Substâncias calmantes, incluindo chás como o de erva-doce, atuam na região da hipófise, elevando o nível de prolactina, que, por sua vez, é responsável pela produção de leite. Um contato maior da mãe com o bebê, onde ela observe o bebê de perto, sinta seu cheiro, num ambiente calmo e com o mínimo de estresse tem grande importância, pois com os níveis de endorfina em alta, há colaboração para o aumento da prolactina.
Candidíase - Ducha vaginal de água e vinagre. Teoricamente, a ducha de vinagre ajuda a combater a candidíase, doença causada por um fungo que se prolifera quando o pH da vagina sobe e se aproxima do neutro. O vinagre, por sua acidez, ajuda a diminuir o pH da vagina e isso tornaria o ambiente menos propício ao fungo. Porém, a ducha, por ser muito forte, pode levar o vinagre a entrar na vagina, destruindo os lactobacilos vivos, que são importantes para a regulação natural do pH. O uso do vinagre, portanto, deve ser adotado com parcimônia, em lavagens externas. De qualquer modo, quem tem problemas com candidíase deve buscar orientação com a ginecologista para um diagnóstico preciso e um tratamento efetivo.
Irritação pós-barbear - Pôr camadas de pepino na pele. O pepino realmente possui uma ação adstringente muito grande, o que leva a um ressecamento do local e provoca uma vasoconstrição momentânea, o que diminui a tendência de inflamação da pele. O pepino é excelente no combate às olheiras, embora não faça o milagre de desaparecer com elas, consegue o efeito de suavizá-las. Além de ser diurético, contém vitamina C e ácido fólico e atua como um regenerador celular. Portanto usem e abusem de pepino.
FONTES: ALBERTO D'AURIA, ginecologista, coordenador clínico do hospital São Luiz; ANTÔNIO CARLOS RODRIGUES DA CUNHA, professor da faculdade de medicina da UNB; ARNALDO CAMBIAGHI, ginecologista-obstretra especialista em medicina reprodutiva, diretor do Centro de Reprodução Humana do Instituto Paulista de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução; ARNALDO GANC, gastroenterologista do hospital Albert Einstein; ARTHUR TYKOCINSKI, dermatologista especializado em saúde capilar; CARMÉLIA REIS, dermatologista e chefe do centro cirúrgico-ambulatorial do Hospital Universitário de Brasília; DARCY LIMA, professor do Instituto de Neurologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro); DENISE STEINER, presidente da Comissão de Ensino da Sociedade Brasileira de Dermatologia; EDILÉIA BAGATIN, professora do departamento de dermatologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); ÉRICA BURMEISTER, terapeuta do Kyron Spa; EVELIN GOLDENBERG, reumatologista da Unifesp; FABIANA DE CASTRO, dermatologista do Kyron Spa; JAIME DE OLIVEIRA FILHO, chefe do departamento de cosmeatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia; JOSÉ ÁLVARO PEREIRA GOMES, oftalmologista, presidente da Associação dos Portadores de Olho Seco; LAERCIO PACHELLI, urologista da clínica de Enurese Infantil do Einstein; MARCELO ARNONE, supervisor do ambulatório de psoríase do Hospital das Clínicas; MARIA CÉLIA CONFESSOR, podóloga afiliada à Associação Brasileira de Podologia; MARIO SERGIO PALMA, professor do Laboratório de Venenos Animais da Unesp, em Rio Claro; MARIUZA PREGNOLATO, psicóloga especialista em psicologia analítica pelo Instituto Sedes Sapientiae; MAURÍCIO DUARTE DA CONCEIÇÃO, dentista especialista em halitose e diretor da Clínica Halitus; NESTOR SCHOR, nefrologista, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Nefrologia e professor titular da Unifesp; PAULO PONTES, otorrinolaringologista do hospital Albert Einstein e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); RENATO KALIL, ginecologista e obstetra dos hospitais São Luiz e Albert Einstein; RICARDO LIMA, proctologista do Hospital Samaritano do Rio de Janeiro; ROGER LEVY, professor de reumatologia da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro); SILVIA DIEZ CASTILHO, pediatra, pesquisadora da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e professora da PUC de Campinas; VALÉRIA PETRI, professora titular do departamento de dermatologia da Unifesp; VALTER KOZMHINSKY, responsável pelo departamento de dermatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria
Nenhum comentário:
Postar um comentário