Bahia, terra da magia, onde muitos moram e outros sonham com a possibilidade de passar as férias. Período disputado, sem dúvidas, é em época de Carnaval. Esse ano, esteve ameaçado com a greve da PM baiana, que durou 12 dias. Mas nem assim, desanimou baianos ou turistas. Justamente nessa época, músicas de todos os gêneros e ritmos ecoam de Salvador para o mundo, independente de conteúdo. Quem já não ouviu...
" Quando ela desce entra, quando ela sobe sai... Machuca, machuca, machuca" (Black Style)
" Me dá a patinha, sua danadinha." (Black Style)
" É que o negão fica sentado. E a negona fica de quatro." (No stilo)
E tantas outras...
Com certeza, o Projeto de Lei Antibaixaria causou grande polêmica na Bahia!!
As opiniões se dividem, bem ou mal, as músicas que carregam duplo sentido nas suas letras, fazem parte da cultura do povo. Vai ser complicado impôr uma lei de proibição em algo que faz parte do dia a dia de uma grande massa. Na Bahia, o pagode 'baixaria' como muitos se referem, por mais criticado que seja, é solicitado em qualquer tempo que seja, carnaval é apenas um momento em que pode ser divulgado com força total. É tão comum, que em períodos como o São João, onde impera o forró, esse tipo de pagode já está agregado à grade de programação. A primeira vez que assisti um show de pagode com esse teor de conteúdo e somado a isso, pude presenciar as danças/coreografias, fiquei estarrecida. Isso numa Vaquejada tradicional, onde fui hipnotizada pelo desejo de assistir ao show de Victor & Leo...um dos shows mais lindos que já assisti. O que pude ver quanto ao show, que era da Banda Black Style, era que as pessoas se sentiam a vontade com todo aquele clima de extrema vulgaridade, as mulheres pareciam dopadas e quando ouviam coisas tipo, "... a perereca dela pisca" ou "esfrega a xana no asfalto", entre tantas outras. Eu prefiro levar na esportiva, ver como conteúdo adulto, na verdade me sinto constrangida com certas letras, pois são explícitas demais. Enfim, ninguém é obrigado a gostar! O que sou contra é que esse tipo de música seja disseminado em rádios ou em qualquer meio onde possa estar ao alcance de crianças como é fato comum na Bahia. Mas cabe aos pais dar educação e limitar as ações dos filhos. Não costumo ouvir rádio popular/local, porque geralmente o que se ouve o dia inteiro é arrocha ou pagode. Nada contra! Mas não é o estilo que embala os meus dias, gosto mais de pop, rock, house music e até mesmo instrumental, passando por new age. Embora, eu ouça de tudo e me adapte facilmente aos diversos ambientes que frequento e às músicas. Mas ao estilo mais arrojado e de duplo sentido, prefiro me manter longe, em casa de amigos ou festas particulares não há como evitar.
O Projeto de Lei 19.237/11 ou Projeto 'Antibaixaria', da Deputada Luiza Maia, foi aprovado na noite de terça-feira (27/03/12) na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBa). Aguardando apenas ser sancionado pelo Governador Jaques Wagner (PT). Esta lei propõe que sejam vedadas a utilização de recursos públicos para a contratação de artistas que, em suas músicas, danças ou coreografias, desvalorizem, incentivem a violência ou exponham as mulheres ao constrangimento. O resultado da votação foi de 43 votos a favor e 9 contra. Houve apresentação de duas emendas, uma do Deputado João Bonfim, que determinam a não contratação de bandas que também ofendam aos homossexuais ou que incentivem o uso de drogas ilícitas e a segunda, do líder da oposição Paulo Azi, que visa que danças e coreografias não sejam objeto de análise da matéria. E agora, Governador?? Foi dado o prazo de 30 dias para que ele tome a decisão de transformar esse projeto em lei ou não.
Não sei qual o posicionamento que o Governador tomará,
mas ele vai ter que analisar muito!
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