A vaidade é um pecado humano que jamais se dissipará. Não há idade certa para se tornar dependente de uma 'olhadinha' frente ao espelho e tornar isso um hábito, assim como manter a auto-crítica afiada. Além de verificarmos nosso ponto forte, também cedemos a submissão dos mitos da beleza e perfeição. Se adultos são assim, quem dirás adolescentes. Essa fase é topo de instabilidade emocional, batem o pé por qualquer coisa, acham que estão certos em tudo e que ninguém tem o direito de contrariá-los. E pelo que tenho visto, muitos pais vêem dessa forma, aceitam as chantagens, a fim evitar estresse "desnecessário". Mas tudo deve ter limite. Quando permitir que um menor, submeta-se a um procedimento cirúrgico, evidentemente desnecessário àquele momento? Por que não esperar para tomar essa decisão de modo mais responsável e com mais certeza no futuro? Se é apenas por estética e vaidade, esperar um pouco mais não acarretará problemas, creio que evitará. Deve-se analisar os prós e contras, antes de dar permissão para algo assim. Mesmo quando tudo parece ser simples, devemos nos antecipar quanto às consequências, por exemplo, a cicatrização pode não se dar como esperado e deixar marcas que jamais poderão ser removidas, pode haver reação à anestesia e tantos outros fatores que ocasionam vulnerabilidade e riscos às pessoas.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) diz que adolescentes tem aderido a prática cada vez mais cedo, em média aos 15 anos e a escolha que impera é a colocação de próteses de silicone nos seios. E também acrescenta que, o mês de julho concentra a maior parte de realização de cirurgias, isso se deve por ser um mês de férias e por ser o período mais frio no ano, o que confere maior conforto pós-operatório. Pois sem excesso de exposição ao sol e ao calor, resulta em melhor cicatrização e menos edema (inchaço). Sendo o período de recuperação total de 6 meses, assim o verão pode ser aproveitado, segundo o Dr. Sebastião Guerra (Presidente da SBCP).
Meninas alegam que uma das razões pelo uso de silicone é pela melhora da auto-imagem, há quem diga ter sofrido bullying por não ter 'volume'. Penso o seguinte, adolescente tem sonhos infinitos que volta e meia são trocados. Muitas acham lindo demais ter peitões, admiram a mãe e querem ficar parecidas. Há casos em que inspiram-se na imagem de outras parentes, amigas, ou alguém em evidência na mídia. Mas e se, ocorrer de colocar a prótese e sentir-se desconfortável ou não gostar do resultado final? A avaliação psicológica, recomendada pelo próprio cirurgião é de extrema importância, pois um profissional é capaz de avaliar de fato, a causa de tanto desejo por mudança e se no caso específico, é válido ou não. Os pais, muitas vezes, cedem a caprichos dos filhos e não analisam razões ou consequências. Sabe-se que toda cirurgia implica em riscos! Não só riscos físicos, mas psicológicos também, às vezes irreversíveis. Portanto, é melhor dizer "não" em certos casos e aturar os transtornos momentâneos do que lidar com traumas eternos. Quando a decisão é tomada pela realização da cirurgia plástica, é importante buscar um profissional credenciado no Conselho Regional de Medicina e reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Além disso, buscar uma referência do trabalho desse profissional, pois a melhor propaganda está no boca-a-boca. Empatia e confiança no escolhido também são de extremo valor, pois é uma vida (sua filha ou alguém querida) que estará nas mãos dele, então deve-se sanar todas as dúvidas referentes ao procedimento, quanto ao pré e pós operatório, etc.
Abaixo, o quadro constando quando uma adolescente pode submeter-se a essa cirurgia.
Recomendações da SBCP
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O que os médicos devem analisar quando recebem adolescentes que querem colocar silicone:
1) Conformação corporal - ver se a garota ainda poderá crescer.
2) Parte hormonal – checar se ela já menstrua.
3) Anatomia da mama – perpectiva evolutiva do crescimento dos seios.
4) Quadro psicossocial - conhecer os motivos que a levaram a querer aumentar as mamas.
5) Participação familiar - saber se os pais ou responsáveis apoiam a decisão da menina.
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Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica |
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