Segundo Dangelo&Fattini (2007, p.171-173): " O fígado é o mais volumoso órgão da economia, localizando-se imediatamente abaixo do diafragma e à direita, embora uma pequena porção ocupe também a metade esquerda do abdome. Trata-se de uma glândula que desempenha importante papel nas atividades vitais do organismo, seja interferindo no metabolismo dos carboidratos, gordura e proteínas, seja secretando a bile e participando de mecanismos de defesa. Descrevem-se duas faces no fígado: diafragmática, em relação com o diafragma, e visceral, em contato com várias vísceras abdominais, como o estômago, o duodeno, o rim e o colo, entre outras. Nessa face, distinguem-se quatro lobos: direito, esquerdo, quadrado e caudado. Na face diafragmática os lobos direito e esquerdo são separados por uma prega do peritônio, o ligamento falciforme."
Atenção a imagem abaixo:
- Entre o lobo direito e o lobo quadrado situa-se a vesícula biliar;
- Entre os lobos direito e o caudado há um sulco que aloja a veia cava inferior;
- Entre os lobos quadrado e caudado há uma fenda transversal, a porta do fígado, por onde passam os elementos que constituem o pendículo hepático: artéria hepática, veia porta, ducto hepático comum, além de nervos e linfáticos.
Ainda segundo os autores, "com base na distribuição de vasos sanguíneos e ductos bilíferos, o fígado pode ser dividido em partes direita e esquerda, cada uma delas contendo lobos, divisões e segmentos. O lobo esquerdo, não é habitualmente palpável, mas, quando aumentado (hepatomegalia), em condições patológicas, pode ser palpado na região epigátrica. A bile produzida no fígado, alcança os ductos bilíferos intra-hepáticos, os quais, após confluências sucessivas, terminam por formar os ductos hepáticos, direito e esquerdo; estes, no nível da porta do fígado, unem-se para formar o ducto hepático comum, um dos elementos do pendículo hepático. O ducto hepático comum conflui com o ducto cístico, que drena a vesícula biliar, formando-se assim, o ducto colédoco. Este último abre-se no duodeno, na papila duodenal maior, quase sempre, juntamente com o ducto pancreático, canal excretor do pâncreas. A bile não flui diretamente do fígado para o duodeno. Isto é possível porque na desembocadura do colédoco há um dispositivo muscular que controla a abertura e o fechamento desse ducto. Quando fechado, a bile reflui para a vesícula biliar, onde é armazenada e concentrada. A contração da vesícula biliar, eliminando seu conteúdo no colédoco através do ducto cístico, coincide com a abertura da desembocadura do colédoco no duodeno. A vesícula biliar é um saco piriforme que apresenta as seguintes partes: fundo, corpo, infundíbulo, colo e ducto cístico. O fundo faz uma proeminência de até 2cm na margem inferior do fígado (quando a vesícula está cheia), entre o lobo direito e o lobo quadrado. Ele se continua com o corpo, que se afunila para formar o infundíbulo. e logo se estreita no colo. A continuação do colo é o ducto cístico. São frequentes os processos inflamatórios na vesícula (colecistites) assim como a presença de cálculos (colelitíase), que podem ser demonstrados em exames de ultrassonografia."
Referência: Dangelo, J.G. Anatomia Humana Sistêmica e Segmentar/José Geraldo Dangelo, Carlos Fattini.-3a.ed. - São Paulo: Editora Atheneu, 2007
Animação em 3D de um fígado a partir de uma tomografia computadorizada
Funções do fígado
- Armazenamento das vitaminas A, B12, D e E, e de alguns minerais, como o ferro e o cobre. A bile é essencial para absorver as vitaminas A, D, E e K, que são lipossolúveis.
- Destruição das hemácias velhas ou anormais
- Emulsificação de gorduras no processo digestivo, através da secreção da bile, ou seja, o fígado elabora e exporta aos órgãos, elementos químicos essenciais para uso do corpo. Sendo a bile, imprescindível para a digestão de gordura no intestino delgado. Gorduras não podem ser digeridas sem bile,(relembrando, a bile é produzida no fígado e armazenada na vesícula biliar) e sua liberação, se dá conforme a necessidade do intestino delgado. Para que se compreenda melhor a ação da bile (especificamente 'ácidos biliares'), age como um detergente, quebrando gordura em pequenas gotículas que são absorvidas após sofrer a ação de enzimas intestinais. No fim da digestão, os ácidos biliares são reabsorvidos pelo intestino, retornam ao fígado e são reciclados como bile mais uma vez.
- Armazenamento e liberação de glicose
- Síntese de proteínas do plasma
- Síntese do colesterol
- Produção de gorduras (Lipogênese)
- Produção de precursores das plaquetas
- Conversão de amônia em uréia
- Purificação e destoxificação de várias toxinas - De forma que, processa drogas e medicamentos absorvidos pelo sistema digestório e permite ao corpo o uso de modo efetivo e posteriormente, a sua eliminação.
- Destoxificação de muitas drogas - ou seja, ele age como um filtro para remoção de álcool, por exemplo e substâncias tóxicas da corrente sanguínea e os converte em substâncias que possam ser excretadas pelo corpo.
Alertas que algo não vai bem
Ocorrência de lesão hepática: Icterícia (coloração amarelada da pele e olhos); urina escura e fezes esbranquiçadas; dor e inchaço abdominais; hematomas cutâneos e sangramento digestivo; fadiga crônica, náusea e perda de apetite.
Importância do Fígado
na Economia Humana
- Fígado: Metabolismo, Nutrição, Hemodinâmica, Coagulação, Função Renal, Anestesia, Avaliação Laboratorial da Função Hepática
Centro Metabólico do Organismo
- No fígado os nutrientes são assimilados, modificados e armazenados até serem solicitados.
- Produtos e substâncias absorvidas são detoxificadas, catabolizadas e/ou excretadas e componentes de alguns sistemas fundamentais, como mecanismos de coagulação são mantidos.
Papel
Central no Metabolismo
- Fluxo portal contribui para 70% do O2 utilizado pelo fígado. Requer suprimento sanguíneo abundante.
- Recebe 1/5 do débito cardíaco e excreta 1.000 a 1.500 ml de bile por dia.
- Metabolismo de carboidrato, proteínas e lipídeos depende da função hepática.
Glicemia
- O fígado é responsável manutenção da glicose sérica através da
decomposição química das reservas de
glicogênio (glicogenólise) ou pela sua
formação por glicogenese ou gliconeogenese. Carboidratos ou açúcares são
armazenados como glicogênio no fígado e são liberados como energia entre as
refeições ou quando as demandas de energia do corpo são elevadas. Desta forma,
o fígado auxilia a regular o nível de açúcar no sangue, e a prevenir uma
condição chamada hipoglicemia, ou açúcar baixo no sangue. Isto nos possibilita
manter um nível equilibrado de energia ao longo do dia. Sem este equilíbrio,
nós necessitaríamos comer constantemente para conservar nossa energia.
Hipoglicemia -----> dano hepático grave
Aminoácidos
- Metabolismo de aminoácidos na síntese proteica e na conversão de aminoácidos para carboidratos e lipides. A conversão de amonea para uréia ocorre no fígado. Proteínas chegam ao fígado em sua forma mais simples, chamada de aminoácidos. Uma vez no fígado os aminoácidos são liberados nos músculos como energia e armazenados para uso posterior, ou convertidos em ureia para sua excreção pela urina. Certas proteínas são convertidas em amônia, um produto metabólico tóxico, por bactérias no intestino ou durante uma queda de proteína do corpo. A amônia deve ser quebrada pelo corpo e convertida em ureia, sendo então excretada pelos rins. O fígado tem também a habilidade única de converter certos aminoácidos em açúcar para energia rápida.
Excesso de amonea --------> encefalopatia
Avaliação da função hepática
O termo "função hepática"
geralmente é utilizado erroneamente na prática clínica para descrever um
conjunto de exames laboratoriais que não investigam apenas a função do
fígado, mas também a presença de lesão hepatocelular e de vias biliares. Costuma
incluir AST, ALT, fosfatase alcalina, GGT, albumina, bilirrubinas total e
frações e atividade da protrombina. (Hepcentro)
Dados Clínicos – Laboratoriais – Radiológicos
– Cirurgia anteriores
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Fontes: American Liver Foundation em Unidos Venceremos
Tendo maior compreensão sobre o fígado, devemos sempre ressaltar sua importância no funcionamento harmônico do nosso corpo, e principalmente por ser um órgão vital. Ele sofre silenciosamente por tempo prolongado, até que os agravos tornam-se evidentes através de sintomas como a dor abdominal e outros. O abuso de álcool, drogas (ex. medicação ou outras drogas como cocaína e ecstasy, inalação de solventes), inclusive a exposição prolongada aos inseticidas, tintas, combustíveis pode causar prejuízos ao fígado. Nesses casos, recomenda-se o uso de EPI(Equipamento de Proteção Individual) como luva, máscara, óculos, pois é facilmente absorvidos por pele e mucosa. Ingestão excessiva de alimentos ricos em gordura são prejudiciais a todos os nossos sistemas. Atenção a procedência de frutos do mar, pois podem estar contaminados com o vírus da hepatite A. Relações sexuais devem ter como um dos elementos principais a camisinha, além do prazer que o sexo oferece, pois nesses casos também há risco de contaminação por hepatite B, C (é raro, mas pode ocorrer). O melhor a ser feito, é adotar um estilo de vida saudável e com medidas preventivas, com a prática de exercícios regularmente e controle alimentar. As mudança nas opções alimentares, com a inserção de mais vegetais na alimentação, redução da ingestão de doces, gorduras, condimentados, enlatados, etc. O mais efetivo para isso é que se faça reeducação alimentar para que os efeitos sejam progressivos e contínuos, pois dieta, às vezes, é quebrada em pouco tempo e pode ocasionar um quadro pior. Muitas pessoas quando param a dieta consomem o dobro e os resultados são catastróficos, portanto a substituição progressiva de alimentos, como exemplo: se a pessoa habitualmente bebe refrigerante, fazer trocas por suco de frutas; se habitualmente come pão branco no café da manhã, trocar por pão integral, inclusive há uma grande variedade no mercado, como pães com linhaça, gergelim, passas, etc e sem conservantes que garante um produto mais saudável. É importante buscar por um nutricionista que dará norteamento quanto a nutrição correta e é importante também, a consulta com um especialista.
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