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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Mulher: Sexualidade, aborto e planejamento familiar


Segundo aponta o Ministério da Saúde através de estudos demográficos há uma crescente tendência de redução da faixa etária de inicio da vida sexual, em torno de treze anos, consequentemente reflete em altos índices de gravidez na adolescência (BRASIL, 2004). Creio que isso se deve de um despreparo da família em lidar com questões relacionadas à sexualidade, associada a falta de ações educativas por parte das escolas que também tem uma parcela de responsabilidade quanto à sexualidade, pois para muitos, no senso comum, julgam a escola como a segunda casa do aluno. Diversas são as justificativas de pais para não abordarem a temática com os filhos, tais como:

  • Não saber como abordar o assunto;
  • Crer que a escola tem obrigação de orientar sobre questões sexuais;
  • Religião;
  • Vergonha;
  • Despreparo e desconhecimento sobre sexualidade;
  • Dentre tantas outras razões.

Carvalho (2006) define a sexualidade como nada mais que conhecer a si mesmo e ainda acrescenta que dependendo da idade, a sexualidade deve ser encarada de diferentes formas, contudo não pode ser esquecida ou negligenciada, situações do cotidiano e orientações sutis podem estimular a discussão sobre o assunto, especialmente com as crianças, que não podem ser excluídas deste contexto.


O papel da escola no que concerne a sexualidade é de extrema importância, porém requer profissionais capacitados para abordar o assunto, sendo assim o método de comunicação é de extrema importância. O tipo de linguagem a ser utilizada deve estar de acordo com a compreensão do público alvo, deste modo é interessante que a abordagem de grupo seja feita com base na faixa etária. É válido propor oficinas, encontros onde os alunos possam debater o tema e sanar dúvidas, encenações sobre situações comuns na vivência da criança e adolescente voltada ao tema, possibilitar momentos individuais aos mais tímidos ou aos que não querem se expor em público, dentre outras atividades.

Existe uma alta incidência de gestação na adolescência por falta de um diálogo esclarecedor seja por parte da família, no âmbito escolar ou de saúde antes mesmo do inicio da vida sexual. Através das ações de promoção de saúde do PSF, pode-se abrir espaço para acolhimento pelo programa Planejamento Familiar. 


O planejamento familiar é um direito assegurado na Constituição Federal e na Lei n° 9.263, de 12 de janeiro de 1996, que regulamenta o Planejamento Familiar, e deve ser garantido pelo governo. Permite conhecimento dos métodos e possibilitando a livre escolha, incluindo nos princípios que regem essa política o direito ao acompanhamento clínico ginecológico, a orientações preventivas, fornecimento de métodos contraceptivos gratuitos e ações educativas para escolhas e atos conscientes sobre gestação (BRASIL, 2004). Esse programa possibilita, de acordo com as condições do casal ou indivíduos escolher o melhor momento para uma gestação, proporcionando assim uma integração familiar com fortalecimento desse elo. Assim como também, trabalha com foco na contracepção. Ainda há mitos e tabus, em pleno século XXI, inseridos no contexto da sexualidade que descaracterizam a mulher e a inibem de vivenciar sua sexualidade com a mesma liberdade que os homens exercem. 

As mulheres demandam um cuidado diferenciado visualizando seu contexto de vida e suas necessidades, baseado em ética a fim de promover assistência humanizada sem olhar crítico e preconceituoso, requerendo dos profissionais uma assistência que inspire respeito e compreendam as escolhas da mulher. Contudo, mesmo tendo o planejamento familiar à disposição como um direito garantido constitucionalmente, muitas não conhecem a cerca do mesmo. 

Uma das consequências de não planejar e não promover o autocuidado, é uma gravidez não planejada ou indesejada, além de contrair doenças sexualmente transmissíveis tal como SIDA/AIDS, HPV e outras. Todavia, o que está entre as principais causas de mortalidade entre mulheres é o aborto provocado, realizado em condições insalubres. 


A definição para aborto inseguro é a de um procedimento para terminar uma gravidez indesejada, realizado por indivíduos sem as habilidades necessárias e/ou em ambiente abaixo dos padrões médicos exigidos. Portanto, quando realizado em ambientes insalubres que oferecem riscos à mulher, a exemplo de infecções, que por diversas vezes resultam em consequências graves, tais como infertilidade ou morte (OMS, 2007). Exemplo recente disso, mais uma jovem de 17 anos, grávida de cinco meses, morreu após fazer um aborto em uma clínica clandestina em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense nesse mês de novembro (2012). Após passar pelo procedimento, a adolescente começou a passar mal e foi socorrida pela ex-sogra. A polícia investiga o caso e a família diz que não sabia nada sobre a gravidez. Ela foi levada para o Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, zona oeste do Rio, onde ficou 12 dias internada e onde passou por uma cirurgia para retirada do feto, já morto e, devido à gravidade do caso, precisou também retirar o útero. A garota, no entanto, não resistiu. O atestado de óbito aponta como a causa de morte falência múltipla de órgãos provocada por se uma infecção generalizada (R7), sendo este mais um caso entre milhões.

É necessário analisar o perfil sócio-econômico e cultural das mulheres e as razões que as levaram a recorrer ao ato de abortar. A precariedade econômica e as dificuldades financeiras estão entre as razões principais que as levam à prática (CHUMPITAZ, 2003). As mulheres de baixa renda, vivendo nos estados com menos recursos, afro-descendentes e mestiças correm um risco maior de morte materna por causas evitáveis (CPI da MORTALIDADE MATERNA, 2001).

É preciso trabalhar com a temática sexualidade antes do inicio da vida sexual, para assim evitar situações como gravidez não planejada, aborto, doenças transmitidas por via sexual e outros problemas associados. Para tal, requer parceria entre família, escola e unidades de saúde, a fim de esclarecer quaisquer dúvidas, evitando assim os problemas supracitados em qualquer momento da vida desses indivíduos. Portanto, deve-se estimular ações de educação em saúde para elucidar questões referentes à sexualidade, sexo, planejamento familiar e outros assuntos associados a este contexto.


REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília, 2004.

CARVALHO, J. Sexualidade debatida dentro da escola. Paraná. 2006.

CHUMPITAZ, V. A. C. Percepções femininas sobre a participação do parceiro nas decisões reprodutivas e no aborto induzido. Dissertação de Mestrado em Ciências, na área da Saúde Pública, na Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2003.

CPI DA MORTALIDADE MATERNA. Relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre a incidência da mortalidade materna no Brasil, agosto de 2001. 

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Unsafe abortion: Global and regional estimates of the incidence of unsafe abortion and associated mortality in 2003. Geneva: OMS, 2007.



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Saúde da Mulher: Pílula do Dia Seguinte



Muitas mulheres já passaram pela situação, onde depois de uma relação sexual sem uso de camisinha ou pela falta de adoção de algum método contraceptivo no meio do ciclo menstrual, entrou em pânico pela possibilidade de uma gestação não planejada. Então, para evitar que a gestação ocorra, recorrem ao uso de contraceptivo de emergência.  Como a denominação indica, é para EMERGÊNCIA!

Pílula do dia seguinte não deve ser adotada como método contraceptivo!!

A Anticoncepção de Emergência (AE), também conhecida por pílula pós-coital, pílula do dia seguinte e contracepção de emergência (CE), é uma tecnologia aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e está inserida nos recursos disponíveis às mulheres que constam na Política Nacional de Saúde da Mulher do MS (BRASIL, 2004). O Ministério da Saúde indicou a utilização da AE somente em casos de emergência e não como método anticoncepcional de uso rotineiro (BRASIL, 2005). 



As pílulas de CE começaram a ser disponibilizadas no mercado brasileiro a partir de 1999, e após 2000 estavam disponíveis através do Ministério da Saúde para atendimento às mulheres vítimas de violência sexual e em 2002 pelo Programa de Planejamento Familiar (FIGUEIREDO, 2004).




Nos EUA, em 24 de agosto de 2006, o FDA (que regulamenta a fabricação de remédios nos EUA) aprovou a venda sem receita de uma pílula do dia seguinte para mulheres com 18 anos ou mais. O nome genérico desse contraceptivo é Levonorgestrel. Ele também é conhecido pelo nome de Plano B. Essa versão da pílula foi aprovada nos EUA em 1999, mas na época não podia ser vendida sem receita. Também foi em 1999 que esse método chegou ao Brasil.

Fonte: HowStuffWorks Brasil


 Levonorgestrel é um tipo de progesterona sintética. Para utilização na contracepção de emergência 0,75 mg, uma dose até 72 horas do ocorrido e mais uma dose após 12 horas de ter tomado a primeira pílula ou a apresentação que conta com 1,5 mg de levonorgestrel e seu uso é em única dose, o mais rápido possível após o incidente, num limite de até 72 h. 



Educação sexual x Escola x Família

Acredito ser necessária a implementação de educação em saúde antes mesmo da primeira menstruação, pois familiarizar o indivíduo com seu corpo, explanar sobre mudanças naturais que ocorrem na puberdade, orientando sobre as mudanças contínuas que naturalmente ocorrerão, suaviza essa fase de mudança. Infelizmente, muitos genitores não estão preparados para orientar os filhos e deixam que a vida se encarregue de ensiná-los, o que muitas vezes leva a consequências diversas. Ou então, transfere essa responsabilidade para a escola. Devido aos altos índices de gestação na adolescência, algumas escolas integram projetos que abordam temas que referem o assunto a fim de sanar dúvidas, conscientizar, socializar e de certa forma, amenizar conceitos empregnados de mitos e tabus. Quanto antes inserir a idéia de responsabilidade e consciência maiores são as chances de evitar dramas ou tragédias familiares.



Muitas pessoas descuidam-se, por acreditar que nada pode lhe acontecer em determinado momento, ou por ser uma rapidinha e creditam confiança no contraceptivo de emergência. Quando o uso é feito corretamente, seu eficácia é melhor garatida. Wellbery (2000) relatou redução de 75% no número de gestações indesejadas com o uso deste método. Mas algumas pessoas tem utilizado essa pílula constantemente sem pensar nas consequências.

É  importante a adoção de método contraceptivo!

O mais importante é fazer uso de dupla proteção, ou seja, camisinha + pílula; camisinha + injetável; camisinha + DIU, etc. Não esqueça que apenas método de barreira como camisinha pode evitar HIV/AIDS. As opções de métodos contraceptivos são diversas: Para as esquecidas existe o anticoncepcional injetável; Para as organizadas e que adoram rotina o anticoncepcional oral; Para as que querem maior comodidade, os implantes intradérmicos; Para tantas existe DIU, Anel Vaginal e tantas outras opções.


A pílula do dia seguinte não é tão efetiva quando a mulher está mais fértil. 

Quem afirma é a ginecologista Kate Guthrie. Segundo ela, a pílula Levonelle One Step, oferecida pelo Serviço Britânico de Aconselhamento na Gravidez (BPAS), mostra-se sem efeito durante cinco dias acerca da ovulação. A doutora está preocupada que as mulheres possam tomar o medicam HowStuffWorks Brasil ento durante esses dias férteis, pensando erroneamente estar evitando a gravidez. Ela afirma que “há evidências claras de que ela não é efetiva nos dias anteriores à ovulação, e provavelmente muito pouco efetiva nas 36 horas seguintes”. O objetivo da campanha da BPAS é diminuir o número de mulheres que procuram fazer abortos durante a época do Natal. A ideia é que elas tomem a pílula na manhã seguinte ao incidente, ao invés de marcar uma consulta, o que pode ser complicado nessa época do ano. Parte do pensamento, de acordo com o Serviço, é que “quanto mais cedo a pílula for tomada, após o sexo sem proteção, mais efetiva é”. Guthrie concorda com isso, comentando que a Levonelle deveria ser sempre usada em até 72 horas após o ato. Entretanto, ela está preocupada com a informação insuficiente sobre as limitações do remédio. Ao mesmo tempo em que ela fica feliz com o acesso à medicação de emergência, comenta que “você precisa saber o quão efetiva ela é”. Um guia publicado em agosto afirma que a Levonelle “não se mostrou melhor do que placebo na supressão da ovulação quando tomado imediatamente antes da ovulação, e não parece efetiva uma vez que o processo de fertilização ocorreu”. Se o objetivo é interromper uma gravidez, essa pode não ser uma forma efetiva.

Fonte: http://hypescience.com/pilula-do-dia-seguinte-nao-e-tao-efetiva-em-dias-ferteis/

OBS.: A Levonelle One Step tem como substância ativa o levonorgestrel


ATENÇÃO

Independente da situação, deve-se buscar orientação profissional 
para evitar riscos ou agravos à saúde.


REFERÊNCIA

BRASIL. Ministério da Saúde. Anticoncepção de emergência: perguntas e respostas para profissionais de saúde. Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. Caderno nº 3. Brasília, 2005. 

_______.Direitos sexuais, direitos reprodutivos e métodos anticoncepcionais.  Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

_______Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: princípios e diretrizes / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília, 2004, 82p.

FIGUEIREDO, R. Contracepção de emergência no Brasil: necessidade, acesso e política nacional. Revista de Saúde Sexual e Reprodutiva. [ periódico on-line]. 2004 set [citado 2011 dez 16]. Disponível em: http://www.ipas.org.br/revista/set04.html 
 
WELLBERY, C. Emergency contraception. Arch Fam Med 2000; 9:642-6.

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